[Floresta de Fontainebleau]

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Local de atividade artística no segundo quartel do século XIX, a Floresta de Fontainebleau - e em particular a pequena cidade de Barbizon que nela ficava - foi o lar e musa de dezenas de pintores ao ar livre, incluindo Corot, Daubigny , Diaz, Millet e Rousseau. Compreendendo quarenta mil acres, a floresta era cortada por trilhas e trilhas para cavalos e pontilhada por antigos carvalhos e pedras antropomórficas batizadas com nomes heróicos e fantasiosos. Em 1849, uma nova linha ferroviária colocou a floresta ao alcance dos burgueses parisienses que procuravam um cenário natural para piqueniques, passeios e inspiração artística. Entre os que chegaram naquele ano estava Gustave Le Gray. Os pintores gravitaram para Barbizon em retirada da vida urbana e industrial e em busca da pureza espiritual e moral que se pensava estar incorporada no campo natural e no trabalho manual dos camponeses rurais. Com formação como pintor, Le Gray seguiu os passos dos artistas de Barbizon (e talvez até na sua companhia), examinando a paisagem ligeiramente domesticada e fotografando cenas silvestres no Bas-Bréau e ao longo da Route des Artistes, aqui retratadas. Percebe-se, contudo, que era o próprio meio, mais do que os supostos temas, que Le Gray estava explorando. A vegetação do solo da floresta, as rochas cobertas de líquenes e o carvalho retorcido que surge no meio delas emergem apenas gradualmente do padrão geral de claro e escuro, suavemente representado pelo negativo de papel encerado inventado por Le Gray. Embora dentro de poucos anos Le Gray usasse a fotografia para aplicações mais práticas – retrato, reprodução de arte e documentação arquitetônica – essas primeiras fotos, pela sua própria falta de propósito útil, afirmam a capacidade de Le Gray de explorar o meio para fins artísticos.

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